O que é a alopecia areata?

A palavra alopécia significa simplesmente calvície. A alopecia areata refere-se especificamente à condição em que a queda de cabelo se manifesta sob a forma de manchas calvas. Estas manchas de calvície são redondas ou ovais, ocorrem de forma aleatória e têm geralmente o tamanho de uma moeda. Estas manchas aparecem e desaparecem. Cerca de 2% das pessoas sofrem de alopecia areata numa determinada altura da sua vida. Geralmente, demora alguns meses a um ano antes de voltar a desaparecer. Mas, nalguns casos, pode durar anos e até piorar. As manchas não se limitam ao couro cabeludo. Podem também aparecer no resto do corpo. Por exemplo, na barba ou nos pêlos do peito. A alopecia areata recupera espontaneamente na maioria das pessoas. As taxas variam de fonte para fonte, mas geralmente em 70 a 80 por cento dos casos, o crescimento do cabelo recupera dentro de alguns meses a um ano. A duração e a extensão da recuperação podem variar de pessoa para pessoa.

A propósito, não é totalmente claro o que causa a alopecia areata. A explicação mais provável é que se trata de uma doença autoimune. Isto significa que o sistema imunitário do corpo fica confuso e ataca as suas próprias células. Na alopecia areata, os folículos pilosos são atacados. Por isso, é mais comum em pessoas que já têm uma doença autoimune. É possível que tenha ouvido dizer que as manchas de calvície são causadas por não tomar vitaminas suficientes ou por stress. Mas isto não está provado e é muito provável que não seja verdade.

Os inibidores da JAK oferecem a solução

É perfeitamente compreensível que as pessoas queiram livrar-se destas manchas calvas incómodas. A solução parece estar nos chamados inibidores da JAK. Trata-se de medicamentos que são atualmente receitados a pessoas com artrite reumatoide. O ingrediente ativo baricitinib inibe a ação de certas proteínas (Janus kinase, ou seja, JAK) que combatem a inflamação. O que os investigadores descobriram foi que este medicamento desliga o sinal que ativa um ataque autoimune. Exatamente a causa da alopecia areata.

Assim, o medicamento em questão, o Olumiant, tinha potencial para ser utilizado na alopecia areata. Foi investigado em dois estudos em dupla ocultação com doentes que tinham sofrido de alopecia areata nos últimos seis meses. Os indivíduos nestes estudos receberam diariamente 2 miligramas de Olumiant, 4 miligramas de Olumiant ou um placebo. O requisito para o sucesso em ambos os estudos era que os doentes tinham de ter pelo menos mais 80% de cabelo na semana 36 do que nas áreas anteriormente calvas. Este objetivo foi alcançado em 45% dos indivíduos. Assim, quase metade dos participantes viram o crescimento do cabelo regressar.

Percentagem do resultado desejado entre os sujeitos:

Leia as declaraçõesda FDA e da EMA aqui.

Aprovação do medicamento contra a alopecia areata

Devido ao sucesso destes dois estudos, a FDA dos EUA e - o que é mais importante para nós - a Agência Europeia de Medicamentos aprovaram a prescrição do medicamento Olumiant para o tratamento da alopecia areata. Foi considerado provado por ambas as instituições que o medicamento interrompe os sinais que causam a queda de cabelo na alopecia areata. O que é importante considerar, no entanto, são os efeitos secundários associados à toma do medicamento. Estes incluem faringite estreptocócica, inflamação respiratória, acne, dores abdominais e dores de cabeça. Por conseguinte, recomenda-se que o medicamento seja prescrito apenas em casos de alopecia areata grave.

A aprovação do Olumiant significa que os médicos de clínica geral podem prescrevê-lo como tratamento para a alopecia areata. Por conseguinte, só está disponível mediante receita médica nas farmácias. De resto, isto não significa automaticamente que os médicos de clínica geral o conheçam ou que o medicamento esteja incluído no pacote básico de todas as seguradoras de saúde. Trata-se de um bom passo para resolver um problema desagradável.